Um cachecol colorido

Queria voltar a escrever. Já tem um tempo que isso tá batendo dentro de mim. Mas eu não tenho inspiração nenhuma. Ok, segue o jogo Caroline!
Hoje eu acordei atrasada. Tá sendo difícil acordar cedo nesses dias mais frios. Acordei com minha mãe me chamando assustada. Demorei pra levantar. Pedi um pouco de colo. Conversei sobre questionamentos que veem me circulando nos últimos tempos.
Comecei a me arrumar. Escovo os dentes. Lavo o rosto. Troco de roupa. Arrumo o cabelo. Escolho a roupa. Minha mãe grita da cozinha: Tá frio, não esquece a blusa! Leva um cachecol! Não esquece o guarda chuva também!
Fui até o guarda roupa e achei bem fundo, pendurado num cabide, um cachecol que tem pelo menos nove anos. O mais mágico disso tudo, quem fez esse cachecol fui eu. Eu tinha uns 16 anos. Minha mãe, que sempre tem paciência comigo, que me ensinou. Eu peguei o cachecol e sai de casa toda feliz.
Me irritei durante o caminho. Atraso. Ônibus lotado. TPM. Normal de (quase) todo dia. Mas vim pensando no cachecol. Ele tá todo cheio de falhas. Errei vários pontos, pulei carreiras e me atrapalhei em finalizações. Mas ele tá inteiro. Esquenta que é uma beleza. E o mais legal de tudo: eu que fiz.
Eu comecei a pensar em tudo que já conquistei. Nas pequenas coisinhas sabe? Ai me enchi de orgulho de mim mesma. E isso foi um evento inédito por aqui.
Eu estava chorando. Sim, como de costume. Mas eu tava chorando porque estava muito orgulhosa por ter chegado até aqui. Aos trancos e barrancos. Com meus aprendizados e escolhas.
Hoje eu acordei e fiquei nostálgica e feliz por ainda ter um cachecol que eu mesma fiz, há nove anos atrás.

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