Pés descalços

Era uma sexta-feira 13, por incrível que pareça (fui verificar no calendário). Minhas companhias eram minha irmã e meu cunhado e eu estava, mais uma vez, angustiada. Desabafei sobre minha situação atual. Bateu aquela crise existencial básica. Eu poderia culpar o inferno astral, o fim dos 24 anos, a mudança do meu metabolismo ou até o calor infernal de janeiro.
A verdade é que eu estava cansada de tanto me anular. Eu estava cansada de fugir. De não saber falar não. De não saber o que eu estava fazendo com a minha vida. De andar sempre com duas meias e um coturno pesado. Eu nunca tinha caminhado com os pés descalços na grama.

A gente conversava por quanto tempo? Apenas alguns dias. E eu estava tendo as maiores conversas filosóficas que já tive na vida (aliás, tenho até hoje).
Eu ainda estou aprendendo a dizer não. Estou me conhecendo. Estou parando de fugir. Ainda estou descobrindo o que estou fazendo com a minha vida.
Mas naquele momento, pela primeira vez, alguém me convidou pra tirar os coturnos e caminhar com os pés descalços na grama. Você!

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