“Por um mundo onde ler – ainda – seja divertido!”

Eu não me lembro quando, exatamente, comecei a ler. Lembro sim de várias experiências memoráveis com diversos livros – dentro e fora da escola. Tive várias fases em minha leitura, e sempre gostei muito de ler por conta própria.

Ler, para mim, é entrar em contato com a história do outro e permitir que esse “outro mundo” faça parte de nossa vida. Sempre me recordo de como alguns livros me ajudaram em momentos dificéis, me fizeram rir e, principalmente, me fizeram observar o ser humano em perspectivas diferentes. Esse conhecimento adquirido através da leitura é libertador, e permiti que o indivíduo tome suas próprias decisões e que saiba conversar/falar sobre diversos assuntos, sem ser “manipulado”.

Meus pais tem papel fundamental na minha paixão por leitura, porque foram sempre meus maiores incentivadores - além deles outros amigos e familiares me incentivavam. Minha irmã, como minha fiel escudeira, sempre me fez companhia nas mesmas leituras. Uma das nossas diversões era pegar livros emprestados na biblioteca ou passear pelas livrarias e fazer listas do que queríamos.

Não consigo imaginar a leitura/os livros fora da minha vida, fora da minha formação acadêmica e como cidadã crítica. A leitura sempre foi muito importante para expandir meus conhecimentos, meus pré-conceitos; para sanar minhas dúvidas e criar mais um monte delas.

Me recordo da época da escola e dos livros que eram pedidos pelo currículo pedagógico da época. Até a 8ª série costumávamos ler obras mais fáceis ou adaptadas das originais. No ensino médio a leitura era direcionada para o vestibular. Sempre fiz atividades como seminários, apresentações em feiras culturais, provas, e até encenação de alguns trechos de Shakespeare – li uma adaptação de Otelo na 5ª série.

 Acredito que a leitura é importante nessa época de formação. Aliás mais do que a leitura em si, mas o incentivo. O professor deve saber como casar o currículo pedagógico com as necessidades dos alunos. Dependendo da forma como a obra era apresentada ou trabalhada em sala de aula, a maioria dos alunos não tinha o menor interesse em lê-la. Isso acontecia muito no ensino médio, em que tinhamos que ler as obras do vestibular – geralmente uma leitura mais densa e cansativa -, para decorar fatos superficiais sobre a obra/o autor, e reproduzir na prova. Não tinhamos um contato direto com o texto, e nem tentávamos descobrir como foi criado, ou os artifícios que o autor utilizava. Era uma coisa bem decorada, e isso levava quase todo mundo a odiar Machado de Assis, por exemplo.

Isso foi mudando, para mim, dentro da graduação. Aqui pude ter contato direto com obras já lidas e, ainda conhecer vários outros autores que acabaram se tornando meus favoritos. Consegui através de diferentes tipos de leituras “abrir meus horizontes”. Como futura professora acredito que a leitura é mais do que importante e essencial na minha formação. Sou mais apta para escolher qual método de ensino quero utilizar, quais livros e atividades são bons para a formação dos meus alunos. Posso através da leitura e da experiência de outras pessoas aprender qual a melhor forma de atuar, para que esse mundo de conhecimento possa ser explorado e a leitura possa ser mais divertida.

Acredito que minha leitura é bem diversificada, apesar de estar um tanto quanto direcionada e específica, nesses anos da graduação. Raras vezes consigo ler mais de um livro por vez, por isso a leitura obrigatória da graduação, acaba se tornando minha única leitura hoje em dia. Por um lado isso é muito bom, já que tenho a oportunidade de me aprofundar em temas que eu aprecio bastante, como a literatura em geral.

O memorial é parte dessa descoberta do professor, tornando-se uma ferramenta de avaliação, onde ele pode ter acesso ao histórico de leitura de cada aluno - “Como posso tornar meu aluno um leitor?” -, e  pode criar estratégias de ensino, baseadas nesses conhecimentos prévios. Sinto que hoje em dia, assim como em outras áreas, há um certo preconceito sobre determinados livros/autores. O aluno deve ler o que tiver vontade sim, mas deve entrar em contato com diferentes tipos de obras para saber do que gosta, do que poderá gostar e ter noção da grande heterogeneidade da leitura. É possível que um aluno leia “Harry Potter” e leia Saramago!

Meu histórico de leituras pode ser dividido em: livros que eu sempre li e livros que comecei a ler depois da graduação. Sempre gostei muito de ficção, história em quadrinhos e contos. Li muitas adaptações de obras clássicas (Shakespeare e Victor Hugo), adorava a turma da Mônica, além de livros infanto-juvenis, como as séries “Diário da Princesa” de Meg Cabot e “Olho no Lance” de Thomas Brezina. Também gostava muito de suspense e me divertia muito com Conan Doyle e seu adorável amigo Sherlock Holmes.

Esse histórico cresceu por influência de amigos, professores e principalmente do nosso currículo pedagógico na graduação. Sempre fui grande fã de literatura desde o ensino médio. Pude conhecer novos autores como Valter Hugo Mãe e José Saramago, leituras que nunca tinha feito antes, e que provavelmente não faria sem indicação de alguém.

Hoje em dia gosto muito de ler contos, romance e poesia. Aprendi com Guimarães Rosa a simplicidade do ser, com Eça de Queiroz a degradação do homem, com Saramago a força de um grande amor, com Hemingway que é melhor deixar subentendido, com Bukowski que nada é para sempre... Como Candido diz, a literatura pode nos formar como homem, sem nos edificar ou corromper; tem essa função humanizadora que supre nossa necessidade de fantasia e ficção em inúmeras formas possíveis. O conhecimento através da leitura – seja ela qual for -, é realmente libertador.  

Comentários

  1. Meu DEUS, que texto... como vc escreve bem.. qria ser assim do seu jeitinho com as palavras!! Ainda estou no caminho, demoro p ler os livros e quando possuem palavras complicadas já fico com pé atrás fora que meus textos são bem infanto juvenis.. mas tenho q tentar! Vc é sem dúvidas inspiração para isso!

    Obrigada, obrigada, obrigada ♥

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